O mês de maio é mês de vacinação contra a Febre Aftosa, doença infectocontagiosa que causa grandes prejuízos para a pecuária. A Prefeitura de Araçatuba contribui com a divulgação desta campanha de vacinação, que visa garantir a saúde e qualidade de vida dos rebanhos, bem como à saúde humana.

A vacinação contra a Febre Aftosa é realizada em campanhas de vacinação em duas etapas: de 1º a 31 de maio todos os bovinos e bubalinos devem ser vacinados; em novembro, do dia 1º a 30, são vacinados bovinos e bubalinos com até 24 meses.

O secretário municipal de Governo e de Desenvolvimento agroindustrial de Araçatuba, Arnaldo Vieira Filho, o Dindo, explica que a Prefeitura contribui com o fomento da conscientização. “Entramos neste esforço regional, estadual e nacional, através de medidas importantes, como a sensibilização aos criadores, também às pequenas e medias propriedades rurais, bairros e assentamentos, para que todos possam cuidar de seus animais. Não estamos garantindo somente o futuro econômico dessas famílias e pequenas empresas, mas, principalmente, lembrando sobre a qualidade de vida dos rebanhos, contra uma doença que também nos afeta a todos”.

Os produtores devem declarar a vacinação à Coordenadoria de Defesa Agropecuária, através das seguintes opções:

1 - Realizar a declaração diretamente no Sistema Informatizado GEDAVE - saiba como declarar;

2 - Entregar, em uma das unidades da CDA, a Declaração de Vacinação devidamente preenchida e acompanhada da Nota Fiscal de compra das vacinas.

Para que os animais vacinados sejam realmente protegidos contra a Febre Aftosa, é essencial que as vacinas sejam adquiridas em estabelecimentos cadastrados junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Estas vacinas devem ser mantidas refrigeradas (entre 2 e 8 °C) nas revendas, no transporte até a propriedade rural e durante a aplicação. É muito importante que a vacinação seja realizada seguindo as Boas Práticas de Manejo.

Para mais informações, consultar o Escritório da Defesa Agropecuária de Araçatuba/SP, através do telefone (18) 3624-5264, ou o site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa (PEEFA) visa a manutenção do Estado como Área Livre de Febre Aftosa, através da realização de diversas atividades: vacinação obrigatória de bovinos e bubalinos, vigilância em propriedades rurais, georreferenciamento de fazendas, realização de inquéritos soroepidemiológicos, controle do trânsito, manutenção de sistema eficaz de vigilância epidemiológica, treinamento e capacitação do corpo técnico para atuação em emergências sanitárias, e estímulo à participação comunitária na defesa sanitária animal.

O que é febre aftosa?

A febre aftosa é uma doença infectocontagiosa aguda ou subaguda, causada pelo vírus da família Picornaviridae do gênero Aphthovirus. Este vírus acomete não apenas bovinos, mas também suínos, ovinos, bubalinos e outros mamíferos de casco fendido (bipartido), sendo altamente contagiosa em animais suscetíveis. O vírus da febre aftosa possui diferenciações e são classificados em sete subtipos, que produzem sinais clínicos similares e só podem ser identificados em laboratório. 

Como acontece a transmissão da febre aftosa?

A transmissão acontece quando há o contato com o vírus expelido pelo animal infectado ou em período de incubação, no ar expirado, saliva, fezes e urina, leite e sêmen e carne infectados com as mucosas das vias digestivas ou vias respiratórias do animal suscetível.

Essa transmissão pode ocorrer de diferentes formas, e a principal delas é o contato direto ou indireto - animal infectado para animal vulnerável, através da ingestão de água e alimentos contaminados e também através de gotículas expelidos pelos animais doentes. O vírus pode ser transportado através de pessoas (roupas, por exemplo) ou por veículos (carros, caminhões, etc) e também pelo ar (até 60 km sobre a terra e 300 km sobre o mar).

O vírus, dependendo das condições climáticas, pode sobreviver em materiais contaminados e no ambiente durante muito tempo, o que pode acarretar em uma transmissão muito maior, aumentando os prejuízos não somente para o produtor, mas para os demais locais ao redor da zona contaminada.

Quais são os sinais clínicos?

Os primeiros sinais da doença ocorrem entre 02 a 14 dias do contato com o vírus.

Inicialmente silenciosa, a doença causa febre (39,5 a 40,6ºC) nos bovinos, seguido pelo aparecimento de formação de vesículas (aftas), que estouram causando erosões e úlceras, na região da língua, gengiva, comissura labial, palato mole, narinas, focinho, espaço interdigital, coroa do casco e epitélio mamário; redução da produção de leite; salivação excessiva por ptialismo; descarga nasal serosa incolor; claudicação (manqueira);

E desencadeia algumas complicações, como: apatia; dificuldade de locomoção e ficar de pé; deformação dos cascos;  falta de apetite, por causa das lesões dolorosas na boca e língua; perda de peso permanente; infecções secundárias; mastites; abortos; diminuição permanente da produção de leite; doença cardíaca (miocardite) e morte, em animais muito jovens.

Os sintomas podem ser confundidos com outras doenças como a estomatite vesicular e língua azul e por isso é necessário estar atento e após a confirmação da suspeita, notificar a Coordenadoria da Defesa Agropecuária para que sejam feitos os exames específicos, realizados nas redes de laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Como proceder após a confirmação da febre aftosa em bovinos

Os animais infectados começam a se recuperar após 15 dias, mas a recuperação da perda de peso é lenta, a produção leiteira raramente é recuperada e as taxas de concepção tendem a ser menores. É importante ressaltar que os animais podem continuar portadores dos vírus por um período de 06 meses a 03 anos.

Entretanto, não há possibilidade de tratamento, todos os animais acometidos (infectados e recuperados) e suscetíveis que entraram em contato com indivíduos infectados, devem ser sacrificados. Além disso, os cadáveres devem ser destruídos, juntamente com os objetos e produtos dos animais na zona infectada. Deverá também, ser feita a desinfecção dos locais e de todo material contaminado (artefatos, veículos, roupas, etc), acompanhado de medidas de quarentena.

Afinal, por que é importante vacinar?

Essa doença possui potencial de afetar rapidamente todo o rebanho, em aproximadamente uma semana ou menos e provoca grandes perdas econômicas para o produtor, tendo em vista barreiras sanitárias aplicadas pelos importadores de carne, custos públicos e privados de prevenção, controle e erradicação e indenização quando necessário o sacrifício dos animais.

Além disso, a febre aftosa provoca queda na produtividade e perda de mercados, pois impede a comercialização local e internacional dos animais e seus produtos/subprodutos.

A vacina contra a febre aftosa é utilizada para desenvolver imunidade no rebanho e para dificultar a propagação do vírus no ambiente, fazendo dessa forma com que haja maior controle da doença, diminuindo o impacto negativo e consequências sociais e financeiras que a doença traz para o produtor, mantendo a valorização do gado.

Assim como nenhuma vacina não impede a entrada do vírus, a vacinação contra a febre aftosa, não funciona como barreira na zona livre, mas como uma medida de controle da doença e deve ocorrer em todas as propriedades nos períodos estabelecidos.

Outra forma de prevenir é adotar boas práticas conforme o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, que pode ser acessado através deste link.

Fonte: Assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal de Araçatuba
Araçatuba Acontece
11/05/2021