Um grupo de servidores que atuam no cemitério Recanto de Paz, em Araçatuba, está indignado com a atuação da chefia, que segundo eles, vem perseguindo alguns funcionários depois que foi descoberto um caso de adulteração no livro de registros, onde uma família quase ficou sem direito à sepultura. A prefeitura informou que vai instaurar um procedimento para apurar detalhadamente o caso.
A reportagem constatou que a servidora rasurou o livro de registros, tirando a titularidade da sepultura de uma família com quem, no passado, ela teve um desentendimento pessoal. É possível constatar por foto do livro de registro, que no campo onde constar o nome do titular da sepultura, foi passado corretivo, e feita uma anotação por cima.
Todos os documentos que comprovam a titularidade desapareceram. Mas, por outro lado, em 2018, representantes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) tinham realizado um trabalho de digitalização de todos os documentos do cemitério, que estão disponíveis no site Family Search.

Ao tomar conhecimento do caso, a família entrou no site e constatou como era o livro de registro, e que realmente tinha a titularidade da sepultura, e recentemente, após a rasura, foi escrito por cima do corretivo o nome da antiga proprietária.
A reportagem tentou contato com a família, que não quis se pronunciar sobre o caso, confirmando apenas que realmente houve uma adulteração e falsificação no livro de registros. Foi apurado que, depois do caso vir à tona, houve nova rasura no livro, pela mesma funcionária, que reescreveu por cima o nome do atual proprietário do túmulo para voltar como era antes.
No entanto, após os fatos chegarem ao conhecimento da família, uma servidora que seria a responsável pela adulteração, passou a ser acusada de agir de forma retaliativa contra servidores, querendo saber quem havia passado a informação e foto do livro de registro com a rasura para a família.

Mais recentemente, a servidora começou a fazer mudanças, transferindo funcionários de função, como uma mulher que estava auxiliando na administração e passou a receber a atribuição de varrer o cemitério, com a recomendação de não entrar mais no escritório.
Um outro servidor foi transferido do Recanto de Paz para a Saudade, afim de liberar a vaga ocupada pela funcionária que está agora responsável pela varrição do cemitério. Os funcionários temem punição maior e já teriam ouvido da própria acusada, que ela não tem medo porque é apadrinhada politicamente.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que não tinha conhecimento dos fatos e vai instaurar um procedimento para averiguação e apuração dos fatos.

Por: Fábio Shiz/Regional Press.
Araçatuba Acontece
08/08/2020