Apontado pela polícia como o principal líder de uma organização criminosa especializada em roubos milionários de cargas e caminhões, Alexandre Keller Guimarães Valarini, 43 anos, de Birigui, foi preso em São Paulo, em 12 de setembro, após 25 dias de buscas e campanas realizadas pela Polícia Civil de Goiás com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. O criminoso estava sendo procurado desde agosto do ano passado, quando conseguiu escapar da Operação Zayn, realizada para combater um grupo suspeito de roubar R$ 40 milhões em veículos e cargas, além de fazer motoristas reféns em Goiás, Pará, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo.
Segundo a polícia, após fugir de Goiânia, Alexandre Keller passou a morar na Bolívia, mas ainda coordenava os negócios escusos do grupo. A busca pelo criminoso teve fim após o serviço de inteligência constatar que o procurado estava passando pela capital paulista. Preso preventivamente, ele foi recambiado para Goiânia, onde responde a processo no âmbito da Operação Zayn. A ação resultou em mais de cinquenta caminhões e carretas recuperados, mais de trinta roubos de cargas elucidados, quatro empresas de transportes fechadas e 39 pessoas presas.
Segundo a polícia, Valarini saiu de Birigui e passou a atuar em Goiás em razão da atividade criminosa desenvolvida pela quadrilha comandada por ele, que também envolvia adulterações de sinais identificadores de veículos, falsificações de documentos e corrupção ativa.

LIGAÇÕES 

Conforme investigação, Alexandre Keller é bastante conhecido, não só em Birigui e região, mas em grande parte do interior de São Paulo, onde já foi investigado e preso por ligação com o roubo de carga e caminhões.
Desde 2009, a Polícia Civil, em Rio Preto e Ribeirão Preto, por exemplo, investiga o criminoso por envolvimento em esquema de troca de veículos furtados e roubados no estado de São Paulo por pasta base de cocaína na Bolívia.
Na época, a quadrilha, conforme a polícia, era chefiada por Márcio Fernandes de Oliveira, o Márcio Rato, qualificado como “um dos maiores receptadores de caminhonetes e caminhões do Estado”.
Segundo a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), de Ribeirão Preto, que prendeu Rato em abril de 2010, semanas antes da Operação Clone ser desencadeada, o grupo furtou e roubou ao menos 200 caminhonetes Hilux nas regiões de Rio Preto e Ribeirão, causando prejuízo estimado de R$ 30 milhões.
O braço-direito de Rato no esquema era justamente Alexandre Keller Guimarães Valarini.

MÁFIA 

Segundo a polícia, Alexandre Keller também manteve negócios com Renato Teruo Kassama, acusado de integrar outra quadrilha de roubo de veículos e suspeito de integrar a máfia japonesa Yakuza. Na época, a polícia ficou sabendo da ligação entre os criminosos por meio de escutas telefônicas. As conversas entre Teruo Kassama e Alexandre Keller revelaram planos para roubos de veículos e sequestros de motoristas. 
Renato Teruo Kassama, foi preso em uma operação realizada pela Polícia Civil de Araçatuba e condenado a 24 anos de prisão pelos crimes de roubo, extorsão e formação de quadrilha. Ele está preso desde 2009.
Com registro criminal por roubo, estelionato e formação de quadrilha, Alexandre Keller agora responde a mais processos por roubo de carga em Goiânia, onde está preso em uma penitenciária de segurança máxima.


Por: Alex Mesmer/Regional Press
Fotos : Regional
Araçatuba Acontece
25/09/2019