Policiais da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) prenderam na manhã desta quinta-feira um homem de 35 anos acusado de ter sido o autor do assalto contra o motorista de um caminhão que transportava 15 mil litros de etanol, e manter a vítima em cativeiro em uma chácara na zona rural de Araçatuba, no dia 4 de fevereiro.

Em entrevista ao Regional Press, o caminhoneiro contou detalhes do drama que viveu no dia do assalto.
O delegado titular da DIG, Antônio Paulo Natal estava acompanhado por uma investigadora, em diligências para investigação do caso, quando encontrou o homem saindo em uma Parati branca, na rua Salim Pedro Abujamra, bairro Ipanema.
O delegado seguiu o veículo e ao confirmar que era o acusado que estava ao volante, fez a abordagem e prendeu o homem e levou para a delegacia para prestar depoimentos, que durou até o período da tarde.

Ele estava com o mesmo veículo utilizado no dia do assalto para armar a emboscada que interceptou o caminhoneiro.
O delegado explicou que o caminhoneiro ficou detido com base em uma prisão temporária. A DIG continua investigando o caso para apurar a participação de outras pessoas.
O caminhoneiro contou à reportagem do Regional Press que no dia do assalto ele havia carregado o caminhão com etanol em uma usina em Bento de Abreu e seguia por uma estrada de terra quando se deparou com uma Parati obstruindo o caminho, com o capô aberto e um homem próximo ao motor.

Ele parou o caminhão para tentar ajudar a retirar o carro do meio da estrada para poder passar, quando foi abordado pelos bandidos que anunciaram o assalto, dizendo a ele que só queriam a carga e que se tudo desse certo, nada iria acontecer com ele.
Na sequência o homem foi amarrado com enforca gato e jogado no porta-malas do carro.

Bandidos fugiram com o caminhão e levaram o motorista para um cativeiro em uma chácara no bairro rural Engenheiro Taveira. Onde ficou até a noite.
Ele foi retirado do cativeiro e deixado amarrado com fios e uma carapuça na cabeça no meio de um canavial próximo a lagoa 3x, na rodovia Elieser Montenegro Magalhães.
O caminhão foi encontrado abandonado na região de Piacatu.

RECEPTAÇÃO
A Justiça de Birigui decretou a prisão preventiva do empresário Walter André Gomes Neto, dono da rede de postos W, que tem unidades em Araçatuba e Santópolis do Aguapeí.
O pedido foi feito pela Polícia Civil, com concordância do Ministério Público.
O empresário, que é de Osasco (SP), é considerado foragido.

A investigação começou com o roubo Do caminhão com cerca de 15 mil litros de etanol. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Araçatuba apurou que o combustível roubado havia sido levado para o posto do empresário em Santópolis.
Um dia após o crime, investigadores da DIG e do GOE (Grupo de Operações Especiais) de Araçatuba cumpriram mandados de busca nos postos da rede na região.

Na ocasião, um frentista, que trabalhava em Araçatuba, um motorista da rede e o gerente da unidade de Santópolis foram presos em flagrante por receptação. O empresário não foi localizado.
Os funcionários admitiram que sabiam da origem ilícita do produto.
A Polícia Civil concluiu o inquérito e representou pela prisão do empresário, o que foi acatado na quinta-feira passada (14).

A Justiça também decretou a prisão preventiva (por tempo indeterminado) dos três presos em flagrante. O trio permanece no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Nova Independência.
De acordo com a Justiça, pela análise das provas colhidas na fase policial, restou apurado de que há indícios de que o empresário Walter André Gomes Neto seja receptador habitual de combustíveis e que utiliza sua rede de postos para cometer delitos desta natureza.

“Mantendo o réu em liberdade poderia ele facilmente se esquivar da aplicação da lei penal, tendo em vista que sua conduta demostra hierarquia e comando sobre a atividade dos demais agentes, os quais estão custodiados”, escreveu o juiz ao decretar a prisão do empresário com base no crime de receptação qualificada.

OUTRO LADO
O advogado criminalista Jair Moura, que defende o empresário, disse ao Regional Press que vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva.
“Vou pedir que seja arbitrada fiança, pois o crime que lhe é imputado permite recolhimento de fiança”, disse o advogado.

“Subsidiariamente será impetrado habeas corpus para o Tribunal de Justiça, pela falta de fundamentação válida para a decretação da prisão preventiva, havendo somente ilações abstratas acerca da gravidade do delito, desta forma, a prisão preventiva está sendo usada como antecipação de eventual pena o que, obviamente, é inadmissível”, considerou o advogado.
Moura disse que o seu cliente deve se apresentar à Justiça nos próximos dias.

Por: Fábio Shiz/Regional Press
Araçatuba Acontece
22/03/2019