Sindicato vê proposta de multinacional como “Pacote da Maldade”

O Aliment-Ata (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Araçatuba e Região) realizou, sem sucesso, a primeira rodada de negociações para discutir o reajuste salarial dos funcionários da Nestlé nesta segunda-feira (05). No entanto, a empresa apresentou apenas propostas para redução dos benefícios.
A presidente do ALiment-Ata, Dra. Dulce Ferreira, explica que ao invés de melhorar, a situação só vai reduzir os benefícios aos trabalhadores. A empresa quer a exclusão do 13º ticket alimentação, além de tirar o benefício para os funcionários afastados e também aos que estiverem dentro do período de 90 dias de experiência.
A empresa também quer estipular metas a partir de 2019 para a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), caso não seja aprovada, não terá proposta para o pagamento da PLR 2018.
A diretoria da multinacional também propôs a exclusão do ATS (Adicional de Tempo de Serviço), outra conquista dos trabalhadores. O subsídio para aquisição de medicamentos, que hoje é de 90%, se for pela vontade da empresa, será reduzido para 50%, e o pagamento das horas extras a empresa quer reduzir de 90% para 50%, além do adicional noturno, cuja proposta é baixar de 70% para 50%.
A presidente lamenta que além de acabar com os direitos dos trabalhadores tirando benefícios conquistados com muita luta ao longo de décadas, a empresa não fez nenhuma proposta de reajuste salarial, apesar da data-base da categoria. Ela disse que considera essa proposta um verdadeiro “pacote da maldade” contra os trabalhadores, algo nunca visto antes, e que será um verdadeiro retrocesso neste lamentável capítulo da história entre empresa e trabalhadores.